31 de outubro de 2011

De todo o resto, meu sentimento fica...


Você se sente como uma criança boba que sempre precisa de colo. Mas todos os demais são maiores e ofuscam a sua voz. Você grita a sua maneira, mas nada do que você faça te leva ao êxito de ser olhado com a seriedade que lhe cabe. Os seus sentimentos são postergados, e a sua vontade é deixada na fila, atrás de todas as outras. Você espera a sua vez, que nunca chega. Talvez você só precise de um cuidado a mais, porque sentir-se sozinho é solidão. O teu mundo gira conforme as chances que lhe são dadas, e você se sente tão dependente vez ou outra. Você voa baixo, querendo sentir o calor das pessoas - mas muitas vezes te obrigam a subir mais como se você ainda não tivesse aprendido a lição. Sua essência é invisível aos olhos dos outros. Como se todo o desejo que lhe pertence estivesse só ao alcance de quem chega mais perto, curioso com as suas vontades. Nesse mundo invertido em que quase todo mundo esconde as emoções, você só quer ter o conforto de ser compreendido. Seus sentimentos são tão grandes que não cabem dentro do seu corpo, e tudo o que você precisa é ter alguém com quem dividir toda esse visão. Você é um ser independentemente dependente. E nesse planeta de desamor, você gosta de precisar. Andar sem mãos dadas, caminhar sem passos conjuntos...Você pensa: de que valeria a vida se as pessoas não precisassem precisar? E entende que depender é também querer dividir amor. E receber amor. Infinitamente. E no final das contas você, uma criança boba, é exceção. Seu balanço não está no parque da esquina, mas sim no colo daqueles que você presenteou com o seu amor.

Thais Viotto.

9 de outubro de 2011

Sinto lhe dizer...


Me diziam que para ser feliz era preciso encontrar a outra metade. Engolia essa idéia ácida com todos os pontos de interrogações que um sonhador como eu costuma carregar. Metade...Quem quer ser metade? E quem quer se fazer metade? Sempre fui inteira. Com todos os meus erros e acertos, é verdade, mas nunca perambulei por aí com apenas parte de mim. E toda crise no mundo deve estar fundamentada nessa dúvida fantasma: quem é a minha outra metade? Digo-lhe, com um leve sorriso estampado no rosto, que sua metade não existe por aí. Simplesmente porque quem te faz inteiro é você mesmo. E, no final das contas, tudo o que se espera é por alguém completo. Afinal, se alguém chegasse e falasse: “Pois bem, eu te dou a minha metade”, você não se assustaria? Eu fugiria milhas e milhas distante. Aceitar a metade de uma outra pessoa seria como estar satisfeito com meio amor, meia verdade, meio carinho, meia compreensão. Uma afronta a você mesmo. Não, meu amigo, procure por alguém completo, e só se entregue se você estiver completo também. Metade também significa meia felicidade. Metade, vou te dizer, é o avesso do amor.

Thais Viotto.